19 setembro, 2008

Sozinho
Com uma caneta em riste,
Vagueio por sentimentos
Que nunca sentiste...

Pouco a pouco
Preencho esta página imaculada
Com o fumo da narguilha,
Que outrora fora objecto de partilha
De uma vida bem passada...

Uhhh Portishead no ar...
Envolvendo a minha alma
E transmitindo-me a calma
Que pretendo manter,
P'lo menos até conseguir adormecer...

Mas, inevitavelmente,
Como sempre acontece,
A minha mente esmorece
Sob uma paixão que não se esquece...

Saber-me-ia bem
Que hoje não pensasse em ninguém...
Gostaria de me abstrair
Do que já foi
E do que está p'ra vir...
Sinto em mim o mundo,
Mas o mundo de nada me importa
Se a mulher que desejo
É incapaz de me bater à porta!

Feita refém de uma vida lixada,
Amarrada a uma triste moral,
Incapaz de sequer acreditar...
Destrói o cavaleiro flamejante
Que habita em mim
Sem que a pudesse antes acariciar
E os seus lábios beijar,
Após uma noite sem fim...

Não deveria de ser assim...
Este conto de fadas.
Pois no que toca a mim,
Encontro-me sem copas ou espadas...
Sem paus ou até mesmo ouros,
Visto que o seu coração
É o mais rico dos tesouros
Que já tive oportunidade
De um dia encontrar...

Diz-me, Senhor...
De que vale esta paixão
Se nunca a poderei amar?

Benção

Senhor,
Abençoai os meus pais,
Que até o dia de hoje,
Sempre foram descomunais.

Abençoai também
A minha irmã,
Que tanta alegria me traz
No despertar de cada manhã...

Abençoai os meus queridos avós,
Que só eles
Ainda hoje me abraçam
Apenas com a sua voz...

Sem esquecer, logicamente,
O meu eterno padrinho.
Pessoa que sempre fez frente
Nos momentos em que
Me senti mais sozinho...

Não descuido a restante familia,
Pois todos eles habitam em mim
Até que os meus dias tenham fim...

E aos amigos,
Uma benção especial
Pois sem eles,
Jamais me tornaria
Numa pessoa tão desigual...

18 setembro, 2008

Quero acordar
E ver-te alí,
A meu lado
Enquanto me perco em ti,
Contemplando-te...
Admirando a tua essência,
O teu mais profundo eu
Em toda a sua replandescência...

Quero tragar o beijo proibido.
Esse que me foi roubado
Por esta mesma força,
Que me impede agora
De estar a teu lado...

Sonho contigo
Noite e dia sem parar...
É realmente incrível
Como por ti,
Me fui eu apaixonar...

16 setembro, 2008

Aqui sentado
Nesta escravaninha,
Penso no incerto
Futuro que se avizinha...
Sarrabiscando aqui e acolá
Escrevendo sabe-se lá o quê,
Questiono-me sobre aquilo que não se vê
Mas que se sente
E faz despertar um coração dormente...

Está na hora...

Saio pr'a rua
Com a alma toda nua,
Receptivo a nova ideias,
A novas inspirações
Que me façam esquecer
Todas estas frustrações...

Estanco derrepente
Numa rua apinhada de gente
E olho em meu redor...
Vejo toda a gente a correr,
A desaparecer nos seus pensamentos...
Cujos não lhes trazem
Qualquer tipo de alento
Ou até mesmo sustento...

Continuo a minha caminhada,
Prosseguindo esta jornada
Sem correr, mas sem nunca esquecer
Que parado não se vai a lugar algum.
Comas o quanto comeres Nestum...

Vejo ricos d'um lado,
Mendigos d'outro...
Mas afinal quando
É que este mundo deixa de ser torto?

Perante esta visão,
Cresce em mim uma emoção...
Muito má, por sinal.
Em que me dá vontade
De colocar um ponto final
Em toda esta injustiça
Principalmente quando toda a gente fala
Mas depois, são atacados
Por uma forte preguiça!
Serás tu a verdade de um sonho, ou um sonho de verdade?